E como toda história  a ser descrita, começamos assim:


Nos idos de 1890, no sul da itália em uma região chamada Calabria, na cidade de Verzino, província de Catanzzaro, um casal já com dois filhos e com  as necessidades  da época que assolava a Europa, começa a acalentar a idéia de buscar alternativas para bem  viver.

Sentem o coração acelerar ao  assim pensar: mescla de ansiedade, medo e muitos desejos de deixar para traz as dificuldades, abrindo caminhos para o novo ainda assustador pelo desconhecimento do que poderia advir. 

Doía a alma em se afastar das raízes tão amadas, porém, cada vez mais a rudeza do momento os impulsionava  à busca da terra prometida ( América).

Ouve-se o nome Brasil, uma das alternativas da busca e partem para cá em 1893.

Assim este  casal  já um pouco conhecido na nossa história se aventura  e parte navegando  pelo período de aproximadamente  trinta dias, carregando em seus corações saudades da terra querida, da família e dos amigos; dentro desses mesmos corações e da bagagem, ansiedades, esperanças e ao mesmo tempo medo do desconhecido. 

Mal  sabendo que nos daria o prazer de suas presenças aqui em nossa terra nos surprende  ao olhar o passado e perceber quantas histórias dentro de nossas vidas escreveram, quantas raízes deixaram e um lindo caminho a ser descrito.

Ao chegarem se estabelecem em São Paulo e quase que imediatamente começam a semear seus conhecimentos. Ele o Sr. Saverio Perillo inicia seu trabalho ajudando a construir o Parque da Aclimação, enquanto que sua esposa Sra. Domingas Tripodero Perillo cuida da casa, dos filhos e da gastronomia, enriquecendo este país com as delícias vindas de lá, da Itália.

Ao conversar com amigos decide  ir para o interior de São Paulo, na cidade de Santa Branca, trabalhando na Fazenda das Pedras, onde permanece até por volta de 1908. Nesse período adquire uma pequena propriedade  continuando sua labuta  até 1910 quando começa  construir sua casa  que vai se fazer terminada em 1912.

Coloca nela o nome de Fazenda Boa Vista. A casa foi construida com algumas particularidades: seu construtor o experiente Sr. Domingos Blois  a deixa confortavelmente arejada, direcionando sua ventilação através do forro e do porão; seus tijolos feitos de barro do próprio local onde ainda hoje se encontra  em seu museu a forma para tijolos, que foram assentados com barro e não com cimento.

Seu fogão era de barro com uma serpentina que aquecia a água para todas as necessidades. Ali não existia eletricidade; sua iluminação era feita por lampiões de querosene, lamparinas e velas.

A fazenda sobrevivia da agropecuária era autosuficiente na produção de feijão, arroz, café, milho, mandioca, leite, frutas, verduras e rapadura.

Criavam porcos  para consumo. A banha e a carne eram utilizadas em sua mesa; pouco se usava  óleo e sim a banha do porco onde sua carne era conservada.

Adquiriam na cidade carne de boi, querosene e farinha de trigo, para a Dona Domingas fazer o pão italiano, popularmente conhecido como pão de peito pela maneira que é seguro para ser cortado.

Fabricavam: farinha de milho, farinha de mandioca, fubá, quirera, canjica, lingüiça, lardo, mussarela, queijo cavalo (burro), codeguin, nulha, choriço e gelatina.

Doces caseiros variados como de laranja,  abobora, banana, cidra, mamão, goiabada, marmelada, batata-doce, arroz  doce e etc.

Sabão de pedra e sabão de cinza.

E também a cachaça que era vendida na cidade vizinha , São José dos Campos e era levada até o comprador  por carro de bois, assim como o leite que era entregue  na cooperativa de laticínios (leite Paulista)  em Santa Branca, algumas vezes em lombo de burro.

A alma da fazenda eram: uma roda d'água, o moinho, o cilindro, o monjolo ainda sobreviventes dessa época; e em tudo que se fazia na fazenda, suas presenças eram indispensáveis. Se você ficar alguns minutos observando essas maravilhas, talvez consiga ouvir seus cantos e até escutar muitas histórias que têm para contar.

Muitas pessoas aqui viveram, trabalharam, foram felizes, sofreram e ajudaram a construir  o destino deste local, rico pela energia  de tantos que aqui passaram comprando, vendendo, contando também suas descobertas, aventuras e desventuras, mas o mais importante é que tiveram a oportunidade de estar neste local, onde a riqueza maior é a natureza que nos oferta paz, reflexão, harmonia; repõe nossa saúde e nos convida a agradecer a oportunidade da vida.


Tudo começou com:

Sr. Savério Perillo
Sra. Domingas Perillo

e seus filhos:

Domingos Perillo
Stela Perillo
Luiz Theodoro Perillo
Clelia Perillo
Francisca  Cornelha Perillo (nene)

Acreditamos que cabe aqui agradecer essa família que inconscientemente , preparou todo um caminho para continuarmos na estrada da vida, abrindo portas, convidando ao aconchêgo desse lugar aos que aqui quizerem encontrar paz , harmonia, luz e amor ofertados pela rica natureza que nos ajuda a realizar trabalhos para o bem estar de todos.